sexta-feira, janeiro 16, 2015

OPINIÃO: QUE ARARIPINA SONHAMOS PARA O NOSSO POVO?

Arquivo Tivinanet

Poderíamos nos remontar aos tempos atrasados de São Gonçalo, que éramos apenas o embrião de um município que teria que se desenvolver aos moldes de sua maior riqueza: o ouro branco. Ou buscaríamos em fotos como modelo de um processo de avanços significativos os anos 80, em que a praças floridas eram os cartões postais para belas imagens. Agora são ornamentadas com sucatas e objetos artificiais que tiram todo o glamour das reais finalidades desses ambientes públicos, produzindo uma poluição visual. Esses espaços públicos foram construídos no intuito de servir de lazer para as famílias que desejam um pouco mais de comodidade e distração, mas hoje o tal progresso que não tenho nada contra, nos tirou um pouco esse prazer e nossas praças parecem mais um campo de guerra.

A nossa Majestosa Igreja Matriz, que está atualmente passando por reformas, que era cercada por coloridas rosas, violetas e outras belezas  da espécie, complementavam a magnitude desse nosso histórico monumento. Hoje vive cercada de bancas que exalam o odor de óleo saturado, de lixo descartado ao seu redor, e tantos outros que provocam a poluição ambiental.
São os frutos do progresso meus caros. Progresso expandido, mas sem entender que cultura, ambiente e outros benefícios podem harmoniosamente progredir na mesma proporção, inclusive a educação da população para se atentar aos problemas tão salutares para a nossa convivência em sociedade.
E do que mais poderíamos sentir saudade. Das canções em que quando ouvíamos lembrávamos-nos da namorada, das cartas escritas com linhas mal traçadas, da paquera? Aí eu me pergunto? Como um jovem moderno pode se apaixonar se tudo é tão efêmero, se não existe mais canções com melodia e letras que possam tocar o coração?
Eu sinto muita saudade da outrora Araripina, das tertúlias dos finais de semanas, Cê Que Sabe, Cacto’s Bar, o velho e saudoso Bar Colegial, os shows de calouros no Cine Capri, os desfiles esplendorosos do carnaval. E a paz? Varávamos a noite sem ser incomodados com tanta violência do progresso atual.
E o São João e o São Pedro? Naquela época comemorávamos os dois com a mesma alegria. Forró nas salas das casas, ruas enfeitadas (não com esses enfeites carnavalescos que têm transformado as roupas juninas), fogueira, bombas, tracks, chuvinhas, batizado à beira da fogueira, batata frita, muito arrasta pé e o velho som do gonzagão: “aproveita gente, danado de bom, casamento da rosa”, eita nós.
Aqui não se investe mais em cultura. Quadrilhas são até formadas, mas não é para dar brilho aos velhos festejos juninos, mas para usurpar o dinheiro público. Ou tempo “bão” para essa farra. Superfaturam tudo.
Araripina cresceu e junto como crescimento econômico, social e político, veio o desmantelo de um projeto desorganizado, que ao invés de transformar em bela, virou esse modelo horroroso de cidade maltratada por políticos incompetentes que deixou de ostentar o título de a “Princesa do Sertão”.
Não está satisfeito? Mude-se, vá embora. E não teria esse privilégio de poder me dar ao luxo de arrumar as malas e partir, fugir deste lugar, em busca de outro, onde pelos menos tenhamos assistência em saúde. O nosso lugar está sendo transformando pela incompetência política em pocilga.
Araripina recebeu nessas últimas gestões mais de 500 milhões de reais e não temos sequer um Hospital Municipal. Aliás, que tipo de saúde para assistir a população nós temos. Esses postinhos que servem apenas como paliativos. Nós precisamos de algo maior que atenda as necessidades mais urgentes.
Não temos políticos compromissados que atualmente digamos que enalteçam esta terra, porque tudo que necessitamos fazer de urgente é preciso recorrer aos nossos vizinhos.
Somos o iceberg do polo gesseiro e uma cidade economicamente pujante e desenvolvimentista na Região do Araripe, mas não temos os investimentos que nos torne humanamente um município que prima pelo o seu bem maior: o seu povo.
Enquanto isso, os medíocres, os xenófobos, os pseudos-democratas, os míopes, os sensacionalistas, os enganadores, os oportunistas, os aventureiros, querem transformar esta terra que é de todos, nos seus mundinhos particulares.
Se existe esperança para o futuro, é preciso repensar uma nova ideia, uma nova gestão, um novo compromisso, uma nova política (sem demagogias) e um engajamento de todos, ou então nunca seremos ou teremos a Araripina que tanto sonhamos. Para todos. 

Everaldo Paixão

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